Tempo 1996

A música é a mágica fronteira que nos une. É o território infinito de sons e silêncios. Às vezes é o deserto, às vezes um frenético rio que palpita veloz por entre as margens das nossas mãos. Este disco é uma gota de espuma que me ficou esquecida nos dedos. Ele só foi possível porque tu o fizeste. Contigo cantei, cresci e aprendi. Trago na memória o perfume distante dos concertos que levei pelo país e onde deixei sempre um pouco de mim. Contigo descobri o pulsar do meu coração, a luz das palavras, o mistério dos sons e dos olhares que tantas vezes cantamos e onde tudo fica por dizer. Ardendo no desejo e sorrindo de cumplicidade, a custo nos fomos despedindo. Hoje conheço-te, como se pode conhecer alguém que chora as mesmas lágrimas que nós. Se te sentires presente em algum compasso, acorde ou palavras que aqui te trago, é porque és tu de quem falo em tais momentos. Agarra as rédeas deste cavalo que cavalga selvagem e se bate livre dentro de mim. Procura-me por entre as vagas melodias das canções, ou nos concertos em que o palco é o céu e o chão maré. As vossas vozes são ondas e revoltas que dirigem o oceano, os meus acordes os barcos que nele derivam. Vocês são os anjos que habitam anónimos os versos que escrevo. Agradecer é pouco. Que a música esteja sempre convosco.

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1. Não Dá

01. NÃO DÁ

Seduz-me,
reduz-me a pó, deixa-me só.
Quero ficar a olhar
o teu corpo de raínha
e saber que vais ser minha.
Quando quiser,
descobrir se és minha,
fantasma ou perdição.
No carro, na cama, no chão,
perceber o teu prazer
e dar-to como mo dás.
Talvez seja melhor no banco de trás!

Não dá, não dá!
Levar-te a ver o mundo
sem que largues o sofá.
Não dá, não dá!
Queres fazer amor comigo
sem tirar o wonderbra!

Prende-me dentro de ti,
deixa-me aqui
sentir o pulsar do teu coração.
A tua mão contra o meu corpo,
assim o deixa quase que morto,
vibrando enrolado com todo o pecado
com toda a paixão,
à espera da fera que dorme dentro de mim.
Isto não vai ficar assim...!

Refrão

2. Dá-me Tudo O Que Tens Para Me Dar

02. DÁ-ME TUDO O QUE TENS PARA ME DAR

Dá-me tudo o que tens para me dar
que eu quero ir-me embora
Sem nada para te deixar.
Vai-te foder, tu não estás a perceber
Que está tudo acabado, estou farto do teu fado.
Vou levar o teu retrato,
Queimar o guarda-fato
Que eu quero é ter tempo para perder,
Vou ver televisão
E talvez cuspir no chão,
Tomar banho de ano a ano
E amar, só por engano.

Sai-me da frente, ou de repente
Ainda vou desatinar.
Não quero estar contigo, nem ser o teu amigo
Onde tu estás é sempre o pior lugar.
Vou ser como o vampiro, vender-me por um suspiro,
Ter o poder de ser eu a escolher.
Vou deitar-me de manhã,
Passear-me no ecrã,
À noite vou ser rei, e tu para mim já és ninguém.

Dá-me tudo o que tens para me dar
Dá-me tudo o que tens para me dar
Dá-me tudo o que tens para me dar
Dá-me tudo o que tens para me dar

3. Se Eu Fosse Um Dia O Teu Olhar

03. SE EU FOSSE UM DIA O TEU OLHAR

Frio
O mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar
Quente,
O chão
Onde te estendo
Onde te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco +...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.

Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.

Sangue,
Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz,
Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a
pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco +...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.

Refrão

4. É Difícil

04. É DIFÍCIL

Hoje acordei e senti-me sozinho
Um barco sem vela
Um corpo sem linho.
Amanheci e vesti-me de preto,
Um gesto cansado
O olhar do deserto.

Quando todos vão dormir
é + fácil desistir,
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar.

Eu não quero ser
a luz que já não sou,
Não quero ser o primeiro
Sou o tempo que acabou.
Eu não quero ser
As lágrimas que vês,
Não quero ser primeiro
Sou um barco nas marés.

Adormeci
Sem te ter a meu lado,
Um corpo sem alma
Guitarra sem fado.
Um sonho na noite
E olhei-me ao espelho,
Umas mãos de criança
Num rosto de velho.

Quando todos vão dormir
é + fácil desistir,
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar.

Refrão

Quando todos vão dormir
é + fácil desistir,
Quando a noite está a chegar
É difícil não chorar.

Refrão

5. Sexo

05. SEXO

Dá-me forte no chão,
não me peças o teu nome
que uns dias sei mas hoje não.
Mostra-me se sabes dançar,
com esse jogo de pernas
nem dá para duvidar.
Sabe-me sempre a pouco
e quando estou cansado
é quando fico mais louco

Sexo, Sexo, Sexo,
Leva-me até ao fim.
Sexo, Sexo, Sexo,
És tu para mim.
Sexo, Sexo, Sexo,
Leva-me até ao fim.
Sexo, Sexo, Sexo
Deixa-me assim.

Agarra-me nessa parede,
bebe do meu corpo
tenta matar a sede.
Na cama ardente, na areia,
confesso estar perdido
nos teus braços de sereia.
Rapta-me para onde quiseres,
sou meigo quando posso
ou um lobo se preferes.

Refrão

6. Se Eu Voltar

06. SE EU VOLTAR

Às vezes pergunto que mais te hei-de eu fazer,
Tanto orgulho ferido, tanta paz por vencer.
Às vezes detesto o que resta de mim,
Sempre longe do mundo, sempre perto do fim.
Eu só quero que tu saibas quem sou,
Ter a certeza que o meu tempo chegou,
Quero que me digas para partir ou ficar.

Se eu voltar atrás
Será que dizes que sim outra vez,
Tomas conta de mim de vez em quando,
Se eu voltar.

Já cantei as palavras, e as pedras do chão,
Pelas ruas estreitas vendi toda a razão.
Já te disse poemas que não quis escrever,
Foram gritos apenas que não soube conter.
Eu só quero que tu saibas quem sou,
Ter a certeza que o meu tempo chegou.
Quero que me digas para partir ou ficar.

Refrão

Eu só quero que tu saibas quem sou,
Ter a certeza que o meu tempo chegou.
Quero que me digas para partir ou ficar.

Refrão

7. Acima & Abaixo

07. ACIMA & ABAIXO

Escondido no meu quarto
Perdido do mundo inteiro,
sem saber se ando farto
ou louco de amor primeiro.
Passou tudo tão depressa
nunca te falei de mim,
o que digo não importa
o que sinto talvez sim:
"Olá meu amor,
são horas de acordar.
Dá-me agora o teu melhor
que prometo não gritar.''
Assim foi a noite inteira
no que resta do divã,
toda a vez é a primeira
mesmo às sete da manhã.

P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
P´ra cima, p´ra baixo,
P´ra cima, p´ra baixo
Dá-me um pouco mais...

Na vida sou um intruso,
não há mar que me detenha
pelo gesto te seduzo
se eu for céu, tu és montanha.
Quantas vezes te cantei
versos da mesma canção,
lentamente percebeste
que eu não era multidão.
Olhares e sinais
noites perdidas algumas
enrolamo-nos num beijo
eterno ao som de "Dunas".
Abracei o teu perfume
a tempo de te ouvir dizer:
"Faz perder a tua mão
onde sentires a mulher".

Refrão

Jam!
Allright, we gotta jam going on
here, if U wanna join the party
just dial............
Bang, Bang, Bang,........

Cada vez o lamento
e + roupa pelo chão,
quando o amor é sedento
tens-me na palma da mão.
Foram dias sem princípio,
noites duras sem final,
é bom ter a certeza
que amar é imortal.
Teu corpo é o meu tecto,
a tua sombra parede
e o olhar completo
leva tudo o que me pede.
O teu beijo é o meu abrigo
teu, é tudo o que tu vês,
Eu só quero estar contigo
Dar-te uma (...) mais uma vez.

Refrão

8. Nunca Te Perdi

08. NUNCA TE PERDI

Nunca fui um herói,
Nunca soube voar,
e por trás dos meus olhos
uns olhos serenos de mar,
que te vêem fundo no mundo
e em todo o lugar.
Sou memória de ti,
tu és poema e arara.
Eu sou a sombra da fera que espera
ou a voz do Guevara.
Sou o silêncio que canto e te espanta
e que nunca te agarra.
Deixa a minha mão,
guiar o teu caminho,
não é a solidão que faz um homem sozinho,
é a paz na dor que sei de cor,
e o teu sabor no céu que é meu, e onde grito:

Eu nunca te perdi,
e nunca te deixei,
eu nunca te esqueci,
em ti eu repousei,
eu nunca te perdi,
e nunca te deixei,
eu nunca te esqueci,
por ti eu despertei.
Eu nunca te perdi.

9. Tempo

09. TEMPO

Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto + longe + perto de ti.

Vozes ao longe chamam por min,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão,
Milagres, duendes, rasgos de paixão.

Refrão

Ouço os segredos do fundo do mar,
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.

Refrão

+ perto de ti
+ perto de ti
+ perto de ti....

10. Será

10. SERÁ

Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou as estrelas caíram e qualquer sorte é bem-vinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.

Será que sabes que hoje é Domingo,
ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.

Eu sei que tu estarás sempre por mim
Não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será,
Será,
Será!

11. Manhã

11. MANHÃ

Manhã, que em ti encerra
Este mar que não se altera,
este vento na galera
que teima em ti pousar.
Madrugada, de repente
Sou pássaro sou gente,
Tão distante e nunca ausente
E teimo em ti pousar.

Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaço
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraço,
Teu leito é o meu regaço
Eu quero assim ficar.

Barco que torna ao porto
No teu corpo eu me aporto,
Aí fico e me recordo
E teimo em ti pousar.
Neblina, despertada
Tão leve quanto a espada,
Que se bate por tudo e nada
E teima em ti pousar.

Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaço
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraço,
Meu leito é o meu regaço
Eu quero assim ficar.
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraço,
Meu leito é o teu regaço
Eu quero assim ficar.

12. Parte De Mim

12. PARTE DE MIM

Onde tu fores, eu vou
Se tu quiseres
Assim,
Meu corpo é o teu mundo,
Um beijo um segundo,
És parte de mim.

Para onde olhares
Eu corro,
Se me faltares
Eu morro
Quando vieres,
Distante
Solto as amarras,
E tocam guitarras por ti como dantes.

Agarra-me esta noite,
Sente tempo que eu perdi,
Agarra-me esta noite,
Que amanhã não estou aqui,
Agarra-me esta noite,
Sente tempo que eu perdi,
Agarra-me esta noite,
Que amanhã não estou aqui.

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