Contramão 2013

É o 7.º disco de estúdio de Pedro Abrunhosa, o sucessor do multi-platinado "Longe". "Contramão" chega às lojas no dia 2 de Dezembro com onze novas canções. Dele fazem parte o já conhecido "Toma Conta de Mim" e o novo single, "Voámos em Contramão", canção que estreou em rádio no passado dia 7 de Novembro.

"Para mim, um Disco é cada vez mais um Livro, uma narrativa contínua de histórias desencontradas que se reencontram na Música que escrevo, de personagens, por vezes atormentadas, outras felizes, de sentimentos de perda ou de conquista que acabam por ser comuns a muitos de nós. Falo de mim através das vozes de outros e transponho-me para os outros usando a minha própria voz. Ao longo de todo este tempo, diria quase desde que me conheço enquanto Músico, procurei melhorar a simplicidade daquilo que verdadeiramente me fascina: escrever Canções. O que aí vem é apenas isso. A minha Vida tornada palavra e harmonia. Se se encontrarem comigo neste trabalho, a minha tarefa estará cumprida e partirei para a estrada já com o próximo disco nas entranhas."

As palavras são de Pedro Abrunhosa que contou, mais uma vez com João Bessa na produção e com os músicos do Comité Caviar, que o acompanham desde o último disco de estúdio. ‘Contramão’ foi gravado nos Boom Studios e como convidados especiais, Abrunhosa chamou ainda Camané e o flamenquista catalão Duquende.

Boom Studios | Distribuído em Portugal por Universal Music Portugal, S.A. | Fotografia: Lionel Balteiro/Mínima Ideia

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1. Toma Conta de Mim

01. TOMA CONTA DE MIM

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

A tempestade há-de passar,
Ninguém se esconde
E há quem queira voltar,
Venham sereias,
Venham lobos-do-mar,
A tempestade há-de passar.
Pela manhã
As portas têm que se abrir,
Ninguém se esquece
Não há quem queira fugir,
Voltam cansados
Mas a pé hão-de vir,
Pela manhã
As portas têm que se abrir.
 
E há-de haver quem nos queira salvar,
Somos destino,
Donos deste lugar,
Não é o fim!
 
E uns gritam,
E outros dizem:
'Toma conta de mim,
Estamos longe do fim,
Estamos longe do fundo,
Só quero um segundo,
Toma conta de mim!'
 
Por este lado,
Ainda há p'ra beber,
Há quem espere
A vida inteira a correr,
Venham os loucos
E poucos se hão-de vender,
Por este lado
Ainda há p'ra beber.
Trazem histórias
De um sítio melhor,
Carregam feridos
Que se hão-de compôr,
Voltam inteiros
E por vezes maior,
Trazem histórias
De um sítio melhor.
 

E há- de haver quem nos queira salvar,
Somos destino,
Donos deste lugar,
Não é o fim!
 

E uns gritam,
E outros dizem:
'Toma conta de mim,
Estamos longe do fim,
Estamos longe do fundo,
Só quero um segundo,
Toma conta de mim!'
 
Venha quem queira ficar,
E há ainda tanto p' ra dar,
Ninguém rouba este chão,
E há lugar p'ra mais,
Para os que vêem de longe,
E ficam de pé,
Ninguém desiste,
Que agora é que é!

E uns gritam,
E outros dizem:
'Toma conta de mim,
Estamos longe do fim,
Estamos longe do fundo,  
Só quero um segundo,
Toma conta de mim!'


Toma conta de mim
Toma conta de mim
Que eu tomo conta de ti

2. Todos Lá P'ra Trás

02. TODOS LÁ P'RA TRÁS

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

Tenho medo de contar
O que acabo de assistir,
Um homem a trabalhar
E mais de vinte a dirigir,
Por decreto, tudo certo,
Diz a lei que assim se faz,
Até que o homem se fartou
E berrou
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Venham ver como se faz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'

Vi a Geração Currículo,
Dez estágios no Japão,
Cinco cursos, doutorados,
Recibos verdes e pão,
Tudo às cegas, e os colegas,
Enterrados no sofá,
Voltam pra casa dos pais
Que fartos, berram:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Estudou e é um incapaz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'

Ah, se eu te dissesse
Tudo o que vai no meu país,
Ah, se eu conseguisse,
Matar o mal pela raiz.
E se tu viesses
Também beber desta euforia,
Os dois somos multidão,
E toda a gente gritaria:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
É a nossa vez, queremos Paz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'

Vi quem de saber tão curto,
Ainda acaba Presidente,
E à sua volta sábios
Disfarçados de inocentes
De fato no retrato,
Como a muita gente apraz,
Até que alguém se irritou
E ordenou:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Queremos pão, queremos Paz,
Todos, Todos lá p'ra trás!'

Que país tão engraçado,
A comprar o que não quer,
Submarinos estragados
Auto-estradas de aluguer,
Tanto crédito, inédito,
De escravo a capataz,
Até que alguém de lá do fundo
Gritou:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
E quem come do cabaz?
Todos, Todos lá p'ra trás.'

Ah, se eu te dissesse
Tudo o que vai no meu país,
Ah, se eu conseguisse,
Matar o mal pela raiz.
E se tu viesses
Também beber desta euforia,
Os dois somos multidão,
E toda a gente gritaria:
'Agora Todos lá p'ra trás!
Todos, Todos, lá p'ra trás,
Queremos pão, queremos paz
Venham ver com se faz. '

Todos, Todos, lá p'ra trás,
Quero Todos lá p’ra trás,
Queremos pão, queremos paz,
Agora todos lá p’ra trás,
Todos, Todos lá p'ra trás,
Venham ver como se faz,
E o Presidente ineficaz,
Todos, Todos, lá para trás
Todos, Todos, lá para trás
Queremos pão, queremos paz,
Todos, Todos lá para trás
Todos, Todos lá para trás.

3. Voámos Em Contramão

03. VOÁMOS EM CONTRAMÃO

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

Leva-me ao fim da montanha,
Dá-me do vinho da Vida,
Estende o céu, faz a cama,
Onde me escondo da ferida,
E agora
Somos mais fortes que o chão.
Mostra-me a foz do teu rio,
Vem à nascente do meu,
Afasta a dor e o perigo,
Porque a distância doeu,
E agora
Voámos em contramão.

E há-de haver outro lugar,
E palavras p'ra dizer
Quando a terra abraça o mar
É como um Filho a nascer.
E há-de haver outra maneira,
De contar a quem não sabe,
Se me dás a Vida inteira,
Porque só vivi metade?

Leva-me de volta a casa,
Abre as portas do jardim,
Deita-me na tua cama,
Diz que sim, diz que sim…

Segue por este caminho,
Apanha luas de prata,
Um Beijo é o nosso destino,
Beijo que fere e não mata,
E agora
Somos mais corpo que dantes.
Não temos frio no fogo,
Trazes por dentro o verão,
Vejo-me em ti e descubro
Somos luz, sombras não,
E agora
Voámos em contramão.

E há-de haver outro lugar,
E palavras p'ra dizer
Quando a terra abraça o mar
É como um Filho a nascer.
E há-de haver outra maneira,
De contar a quem não sabe,
Se me dás a Vida inteira
Porque só vivi metade?

Leva-me de volta a casa,
Abre as portas do jardim,
Deita-me na tua cama,
Diz que sim, diz que sim…
Leva-me de volta a casa,
Abre as portas do jardim,
Deita-me na tua cama,
Diz que sim, diz que sim…

4. Hoje É O Teu Dia

04. HOJE É O TEU DIA

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)


Diz-me se é difícil
Carregar a própria sombra,
Virar a proa na maré
Por mais alta seja a onda,
Ser inteiro e estar de pé,
Sentir o bem quando te ronda,
Diz-me se é difícil
Carregar a própria sombra.

Diz-me o que dirias
Se Deus te aparecesse,
Que segredos guardarias
Se a mão na mão lhe desses,
Se Ele chorar contigo
Porque fim te apetece,
Diz-me o que dirias
Se Deus te aparecesse.

Haja cidades
Que te sirvam de abrigo,
Por toda a parte
Gente que quer ir contigo,
Só há lugar
Para os que riem do perigo,
São tantos os que pedem e que dizem:

Hoje é o teu dia,
Hoje é o teu dia,
...

É tempo de arranjar
20 segundos de coragem,
De passar o rio a vau
Mudar o rumo da viagem,
Bater todas as portas
Beber do fundo da miragem,
É tempo de arranjar
20 segundos de coragem.

Diz-me se tens medo
Por quem perdes no caminho,
Das noites desgarradas,
De mais um dia sozinho,
A vida pode ser
Como veludo ou azevinho,
E diz-me se tens medo
Porque quem perdes no caminho.

Haja cidades
Que te sirvam de abrigo,
Por toda a parte
Gente que quer ir contigo,
Só há lugar
Para os que riem do perigo,
São tantos os que pedem e que dizem:

Hoje é o teu dia,
Hoje é o teu dia,
...

Já não há noite
Onde esta luz não se ouça,
Não há lugar
Sem a loucura da dança,
E há tantas vozes
Todas diferentes,
Cada vez mais perto
O que grita toda a gente:

Hoje é o teu dia,
Hoje é o teu dia,
...
Hoje é o nosso dia,
Hoje é o nosso dia.

5. Para Os Braços Da Minha Mãe
6. A.M.O.R.

06. A.M.O.R.

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

Podes rezar ao teu Deus que eu rezo ao meu,
Talvez o meu Deus seja o teu,
Porque só há um Deus no nosso céu,
Chama-se A.M.O.R.
Chama-se
A.M.O.R.

O meu Deus não usa balas nem se explode na multidão,
Que o teu Deus não use ferros nem se esconde na Santa Inquisição,
Porque cada um tem um Deus na sua mão,
E o nosso chama-se
A.M.O.R.
E alguém pergunta ao longe e eu digo:
A.M.OR.

E se o meu Deus fosse uma Mulher e o teu também,
E se se beijassem na boca e no céu se ouvisse: ' Amén!',
Porque todos os Deuses tem destino de Mãe,
E o nosso é A.M.O.R.
Não é outro o nosso Deus que não
A.M.O.R.
E alguém me diz ao longe chama-se
A.M.O.R.
E há pobres e loucos que dizem:
A.M.O.R.

Podes pedir ao meu Deus que eu peço ao teu,
Que nos dê a Paz e a Luz e a Vida que nenhum ódio venceu,
Porque sabes onde estiver esse Deus estarás tu, estarei eu,
É um Deus que dá pelo nome
A.M.O.R.
E tu perguntas como se chama esse Deus e eu digo:
A.M.O.R.

E os tristes e os fracos dizem:
A.M.O.R.
E são poucos os loucos que não tem
A.M.O.R
E é por isso que eu quero que tu digas comigo A.M.O.R.
E alguém na rua diz
A.M.O.R.
E eu digo mais uma vez
A.M.O.R.
Chama-se
A.M.O.R.

7. Já Morremos Mil Vezes

07. JÁ MORREMOS MIL VEZES

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

Vem,
Traz-me o princípio do teu chão,
Voar amores de perdição.
Eu
Vivo na margem dos teus dias,
Levo-te a noite e a fantasia.

Nós
Já morremos mil vezes,
Balançámos sem rede,
Nunca mudámos de pele.
Nós
Temos mais de mil anos,
Somos o certo e os enganos,
Nunca bebemos do mal.
 
Juntos
Fizemos a estrada,
Provámos do nada,
Caímos de pé.
Vivemos
Das luzes da rua,
Num raio de lua,
Disseste que
'Amar
É dar sem nunca prender'.

Vem,
Traz-me as histórias do teu corpo,
Amarra o cais contra o meu porto,
Eu
Sou um farol de fim de tarde,
Ardo num fogo de metade.

Nós
Já morremos mil vezes,
Balançámos sem rede,
Nunca mudámos de pele.
Nós
Temos mais de mil anos,
Somos o certo e os enganos,
Nunca bebemos do mal.

Juntos
Fizemos a estrada,
Provámos do nada
Caímos de pé.
Vivemos
Das luzes da rua,
Num raio de lua,
Disseste que
'Amar
É dar sem nunca prender'. 
'Amar
É dar sem nunca prender'.

8. Senhor Do Adeus

08. SENHOR DO ADEUS

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)
 
Sei que há um lado da estrada
Onde o sol entra devagarinho,
E há uma tarde que tarda,
Talvez pedras no fim do caminho.
Adeus,
Adeus,
Chegam Anjos,
Rasgar as ruas do céu.

Sou como o chão d' Avenida,
Sou aquele que já não tem sombra,
Tanta gente veloz de partida,
Da verdade não há quem se esconda.
Adeus,
Adeus,
Chegam Anjos
Rasgar as ruas do céu.

Vem ver-me esta noite
Se a solidão deixar,
Aponta-me os faróis,
Depois vem devagar,
Acena-me um Adeus,
Um lençol de jasmim,
Um Abraço intocado,
Sê louco a meu lado,
Olha p'ra dentro de mim.

Sou estátua de pele e de sonhos,
O Príncipe Feliz do Saldanha,
Escondo andorinhas no peito,
O coração é de quem o apanha.
Adeus,
Adeus,
Chegam Anjos
Rasgar as ruas do céu.

Agora na praça deserta
Ficou a metade do beijo,
Encontra-me quem não procura,
Quem sente o vento que sobe do Tejo.
Adeus,
Adeus,
Chegam Anjos
Rasgar as ruas do céu.

Vem ver-me esta noite 
Se a solidão deixar,
Aponta-me os faróis,
Depois vem devagar,
Acena-me um Adeus,
Um lençol de jasmim,
Um Abraço intocado,
Sê louco a meu lado,
Olha p'ra dentro de mim.  
Olha p'ra dentro de mim.
Olha p'ra dentro de mim.

9. Já Não Estamos Sós

09. JÁ NÃO ESTAMOS SÓS

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

Venho de longe
Trago um mundo p'ra contar,
Dentro dos sonhos
A pele dum homem sem lugar,
Venho da terra
E à terra hei-de voltar.
Fiz esta estrada
Com o ouro dos meus dedos,
Anéis, papéis, vendi,
Ninguém me quis comprar os medos
Venho do fundo
P'ra lá não hei-de voltar.

Não há saudade
Se morre o fruto na raiz,
Nem liberdade
Num destino que não quis,
Sou só um homem com razão,
Que construiu o próprio chão,
Na mão direita ou na esquerda
Ambas têm a mesma guerra,
E eu e tu, e tu e eu

Já não estamos sós,
Não estamos sós,
Já não estamos sós,
E há um Anjo por quem cai,
Ninguém fica para trás.

Venho do tempo,
A minha casa
É o meu peito.
As tatuagens, cicatrizes
Dos meus feitos,
Venho da sombra
Mas p'ra luz hei-de voltar.
Trago mil homens
E a força da loucura,
Somos caminho
Que só encontra
Quem procura,
Vimos da Cruz
P'ra lá não vamos voltar.

Não há saudade
Se morre o fruto na raiz,
Nem liberdade
Num destino que não quis,
Sou só um homem com razão,
Que construiu o próprio chão,
Na mão direita ou na esquerda
Ambas têm a mesma guerra,
E eu e tu, e tu e eu

Já não estamos sós,
Não estamos sós,
Já não estamos sós,
E há um Anjo por quem cai,
Ninguém fica para trás.

Não há saudade
Se morre o fruto na raiz,
Nem liberdade
Num destino que não quis,
Sou só um homem com razão,
Que construiu o próprio chão,
Na mão direita ou na esquerda
Ambas têm a mesma guerra,
E eu e tu, e tu e eu

Já não estamos sós,
Não estamos sós,
Já não estamos sós,
E há um Anjo por quem cai,
Ninguém fica para trás.
Não estamos sós
Já não estamos sós
E há um Anjo por quem cai,
Ninguém fica para trás.
Porque já não estamos sós.

10. A Parte Do Meio

10. A PARTE DO MEIO

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)

Gosto
Que me mordas o pescoço,
Que me dês onde eu não posso,
Do grito que já não ouço.
Gosto
Que desfiles em directo,
De te olhar e ver o tecto,
Dou-te língua e alfabeto.
Gosto
Que me peças que te toque,
Quando sou teu rei, teu roque,
Da miragem do decote.
Gosto
Quando me dás poesia,
Suor, Pessoa, filosofia,
Quando te vens onde eu já ia.

Não há melhor a dois,
Só o que vem depois,
Nada p'ra dizer,
Tudo volta a acontecer:

Só mexe a parte do meio,
Só mexe a parte do meio,
Só mexe a parte do meio.
O que é que mexe?

Gosto
De te ver andar de costas,
De dar-te como tu gostas,
Abusar do que não mostras.
Gosto
Do teu riso assim do nada,
Da tua dança parada,
Ao sabor da estocada.
Gosto,
Da tua pele quando me deixa,
Da minha que não se queixa,
Unhas de Mulher e Gueixa.
Gosto
De mostrar-te o fim do mundo,
Beber a taça até ao fundo,
Fazer princípio do segundo.

Não há melhor a dois,
Só o que vem depois,
E nada p'ra dizer,
Tudo volta a acontecer:

Só mexe a parte do meio,
Só mexe a parte do meio,
Só mexe a parte do meio,
O que é que mexe?
A parte do meio.

11. Saudade É / Saudade Es

11. SAUDADE É / SAUDADE ES

(Pedro Abrunhosa/Pedro Abrunhosa)
 
Saudade,
Querer a luz duma janela
Que não abre,
Adormecer um sono
Ausente de verdade,
É estar liberto
Sem liberdade,
Viver um tempo
Com outra idade,
É ver o fim
Sem que ele acabe.

Saudade,
Querer la luz de una ventana
Que no abre,
Es dormir un sueño
Ausente de verdad,
Es estar libre
Sin libertad,
Vivir un tiempo
Con otra edad,
Es ver el fin
Sin que se acabe.

Saudade
Es pisar un suelo
Que fue mañana
Y ahora es tarde,
Es vivir a fuego lento
Que aún arde,
Es ser entero
Por la mitad,
Vivir a medias
Sin ser cobarde,
Es ser poeta
A su pesar.

Saudade
Es estar en pie,
Querer un mundo que no es
Más que una sombra,
Es ser capaz
De ver la paz
Donde se esconda,
Amar de lejos,
Estando tan cerca,
Amor que duele
Por ser tan cierto.

Saudade
É dizer a quem se ama
Que se guarde,
Descer ao fundo
Sem sentir que o fundo acabe,
É ser contente
Sem felicidade,
Ter a certeza
Do que não se sabe,
É ter razão
Sem sentir vaidade.

Saudade
Es decir a quien se ama
Que se guarde,
Bajar al fondo
Sin sentir que el fondo acabe,
Estar contento
Sin felicidad
Tener seguro
Lo que no se sabe
Tener razón
Sin presuncion.

Saudade
Es estar en pie,
Querer un mundo que no es
Más que una sombra,
Es ser capaz
De ver la paz
Donde se esconda,
Amar de lejos,
Estando tan cerca,
Amor que duele
Por ser tan cierto.
Amar de lejos,
Estando tan cerca,
Amor que duele
Por ser tan cierto.

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